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A Domus Carmeli é um Centro Mariano para a Ordem dos Carmelitas Descalços. Destina-se em primeiro lugar a alimentar e a renovar o carisma mariano da Ordem. Este projeto resulta de uma proposta e pedido do Governo Geral da Ordem à Província de Portugal.
O edifício conta com um espaço para a comunidade residente com oito quartos e um espaço de acolhimento com 50 quartos duplos.
Tem uma capela para uso interno, salas de conferências e serviços de apoio a actividades de formação. Consta de 3 pisos e uma cave para garagem. O rés-do-chão destina-se a serviços. O primeiro e segundo andar para residência. A área de implantação é de 1662 m².
As atividades desenvolvidas a partir desta casa privilegiam sobretudo a promoção espiritual dos que a ela recorrem.
Como fruto desta atividade contamos com um bom espírito de acolhimento e de serviço aos que procuram a Deus na casa da Mãe. Nesta Domus Carmeli se hão-de encontrar os cansados da vida à procura do santo repouso e os que procuram discernir a vontade de Deus a seu respeito.
50 anos dos Carmelitas em Fátima
A nossa Ordem em Portugal está a celebrar os 50 anos da sua presença em Fátima.
Foi a 16 de setembro de 1971 que se iniciou vida regular nestas terras de Santa Maria. A possibilidade desta presença foi ganhando corpo quando em março de 1971, o casal Wainewright, amigos e benfeitores da Ordem, oferecem a Casa do Carmo, que faz face às atuais Rua Nossa Senhora do Carmo e Avenida Beato Nuno. Por ocasião da visita canónica do Definidor Geral da Ordem, o P. Luís Alberto e as Irmãs Carmelitas, presentes em Fátima, desde 1935, aproveitam para lhe manifestar a sua imensa vontade de terem os seus irmãos carmelitas em Fátima.
Formalizam o pedido a 26 de março.
Ele acolhe com agrado a intenção e empenha-se no projeto, prometendo que os padres chegarão antes do fim do ano. As próprias Irmãs fazem o pedido ao delegado provincial, o Pe. Vasco Dias Ribeiro, que aconselha a esperar, por falta de frades para a nova fundação. As Irmãs não desistem e em simultâneo, a 26 de abril, fazem pedido semelhante ao Bispo diocesano, D. João Venâncio, que acolhe com agrado este desejo. A 6 de maio, a Madre Maria Manuela, faz idêntico pedido ao Padre Geral da Ordem, P. Miguel Ângelo de S. José, que a 31 de maio de 1971 concede a licença e incentivo para a fundação. Pela primeira vez, a 22 maio 1971, fala-se da Casa de Fátima como sendo para o Noviciado, e, estando a casa da Sra. D. Joana Wainewright já disponível, começa-se a falar das obras necessárias.
Os primeiros frades que chegam a Fátima, viveram numa casa cedida pela D. Maria Conceição Dória, portuense e benfeitora do Carmelo de Fátima, enquanto se ultimavam as obras de adaptação da nova casa. A 15 junho 1971, o P. Delegado vem a Fátima tratar da Fundação do Noviciado e vai com o P. Luís Kondor, SVD, falar com o Sr. Bispo. Seguem-se as obras de adaptação. Dizem as crónicas: «umas irmãs trabalhavam em arranjar os tabiques e cortinas, outras pintavam as paredes e iam arranjando a casa» (Crónicas Livro 1, p. 7) e assim a pequena casa familiar pode acolher os primeiros frades no dia 7 de setembro de 1971; são eles, os padres Jeremias Carlos Vechina, superior e mestre de noviços, e António José Carneiro de Araújo, ecónomo, para além de 5 noviços, pois há muito que os formadores viam conveniente separar o noviciado que se encontrava em Avessadas, Marco de Canaveses, do Seminário Menor sediado no mesmo convento». (Crónicas Livro 1, p. 7) No dia 15 de setembro chegam os noviços: Agostinho dos Reis Leal, Mário da Glória Vaz, António Ferreira dos Reis, Luís Filipe Antunes dos Reis Neto e José Maria Martins Araújo, e no dia 16 de setembro de 1971 inauguram a nova comunidade e passam a ter vida regular nesta nova fundação.
No dia 22 de setembro, após um retiro de preparação, estes cinco noviços, tomaram hábito confecionado pelas Irmãs, na Capela do Carmelo de S. José. Registam as Crónicas das nossas Irmãs: «O Santíssimo Sacramento foi levado da nossa Capela para a nova Fundação pelo P. Jeremias, e foram temporariamente emprestados um pequeno Sacrário e uma lamparina». Testemunham as crónicas: «jamais poderemos agradecer às nossas madres tudo quanto fizeram e trabalharam para a vinda dos padres (…) mas finalmente tinham padres carmelitas descalços em Fátima, mesmo ao pé do seu convento».
O apoio das Irmãs estendeu-se pelo tempo, com as suas ajudas económicas, a confeção de refeições na folga da cozinheira, a lavagem da roupa de todos os membros da comunidade, além da partilha de momentos celebrativos e orantes, os recreios e todo o tipo de interajuda como é próprio do carisma teresiano. Santa Teresa de Jesus e S. João da Cruz alegrar-se-iam no céu, por estes seus filhos e filhas reproduzirem no Séc. XX tantos gestos da epopeia fundacional da nova Ordem dos Descalços. As principais festas do calendário litúrgico geral e da Ordem eram vividas em conjunto e com toda a solenidade possível por ambas as comunidades carmelitas.
Para assinalar a memória destes primeiros passos e de toda a vida e missão desta presença ao longo de 50 anos, a atual comunidade, já residente na Domus Carmeli desde 2008, tem celebrado em várias datas este aniversário com as Irmãs, as duas comunidades de Carmelitas Seculares, com os Frades da Província e com os amigos e benfeitores, em vários momentos ao longo do ano. Tenciona ainda publicar uma resenha da história vivida até ao presente.